segunda-feira, 29 de setembro de 2025

QUE BEM SOUBE GANHAR A RYDER CUP!

 

(O golfe é em terras civilizadas um desporto de boas maneiras. Há muita gente que o considera elitista, mas basta assistir a uma transmissão televisiva de três dias e observar o entusiasmo e a dedicação do público para compreendermos que essa ideia do elitismo está errada. Não podemos ver o elitismo pelos chorudos prémios dos principais protagonistas. Isso também acontece noutras modalidades e não as consideramos elitistas. A Ryder Cup deste último fim de semana, realizada em Nova Iorque, tinha um sabor especial, pois ela nunca tinha sido travada com tanta animosidade política entre os EUA e a Europa. Poderia temer-se o pior, pois o ambiente político na América do Norte alimenta os comportamentos mais violentos. Pois se podia antecipar-se o pior ele verificou-se. A campanha de intimidação que foi perpetrada contra os jogadores europeus e contra as suas famílias que os apoiaram nos campos é do pior que se viu algumas vez num torneio de golfe. A mulher de Rory McIlroy foi vítima de uma intensa perseguição e foi mesmo atingida por uma lata de cerveja deliberadamente atirada na sua direção. O ambiente reinante era de pressão violenta, tanto mais que o resultado começou a pender para as duplas europeias, atingindo no final evidências de dramatismo sem precedentes. Bastaria assistir no final à dança do irlandês Shane Lowry a festejar a consumação da vitória para compreender o seu mais amplo significado. A violência verbal observada entre os espetadores americanos não pode ser dissociada do ambiente particular em que a sociedade americana, pejada de símbolos e ímpetos nacionalistas, se encontra. Por isso, a vitória europeia soube tão bem. Tão bem como a vitória dos pró-europeus na Moldova com maioria absoluta, numa prova de confiança extraordinária na Europa. Será que estaremos à altura para corresponder a esta fabulosa e corajosa prova de confiança?)

 

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