segunda-feira, 15 de setembro de 2025

NICO, RUI, BRUNO E RUBEN

Tudo tem o seu tempo, e já há muito que Otamendi não constitui um verdadeiro ativo para o Benfica. Mas é essa a realidade do “benfiquismo”, viver das glórias do passado acreditando que elas ainda mexem e voltarão a ser o que foram, embora tenham deixado obviamente de o poder. Vimo-lo recentemente com Di María, que resolvia um jogo e atrapalhava três, com a novela em torno de João Félix, o anunciado “milagreiro” que tão claramente destratou o clube, e agora com o eventual regresso de Bernardo Silva, transformado em trunfo para a disputa presidencial. Otamendi é apenas mais um desses mitos – ele próprio disso já se deu conta ao desligar-se da seleção argentina a que, no ano transato, tinha declarado manifesta prioridade sobre os interesses do clube da Luz – e, para bem dos clubes rivais, lá prossegue impavidamente a sua carreira (longa e meritória, diga-se) em lugar cativo no centro de uma defesa que contaria vantajosamente (em termos desportivos e financeiros) com a jovem dupla formada por António Silva e Tomás Araújo.

 

A questão que aqui pretendo equacionar é a de que o erro de Otamendi no jogo com o Santa Clara exasperou os benfiquistas e as suas diversas expressões no comentariado – gente que tem muita garganta, pouca serenidade e quase nenhuma fé! – e, especialmente, um Rui Costa que começou a antever-se um futuro nada auspicioso com a manutenção de um disparatado Bruno Lage ao comando da sua equipa. Acresce que algo de potencialmente esperançoso ocorreu também no fim-de-semana para os lados de Manchester: a derrota do United de Ruben Amorim por 3-0 às mãos do City, deixando o treinador português à beira de um despedimento e – alvíssaras! – de um novo elemento acalentador, não tanto porque Ruben tenha sido um jogador muito marcante mas porque ele foi o homem que deu a volta ao rival Sporting e poderá assim ser agora chamado a vir cumprir a predestinada missão de redimir os “encarnados” na luta pelo presente campeonato. E assim vai o futebol lusitano – notem que nem me refiro às arbitragens, por pudor de bulir com o seu mais do que evidente arranjismo – quando a Champions ainda nem sequer se iniciou a sério...


(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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