(Matthew C Klein, https://ftalphaville.ft.com)
Aproveito uma entrada de um blogue do “Financial Times” para voltar a uma realidade já aqui por diversas vezes aflorada: o Target2, i.e., a rede de processamento de pagamentos da Zona Euro. Onde se sublinha que, antes da crise de 2008, os saldos relativos dos diferentes países eram pequenos e estáveis e que, após a crise, o banco central alemão (parcialmente acompanhado pelos da Finlândia, Luxemburgo e Holanda) se tornaram credores de grande dimensão, em contraponto às evoluções devedoras dos bancos centrais dos países que estiveram em pleno epicentro da crise (Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha). Com o autor a referir ainda que, embora a maioria das explicações para que tal assim tenha ocorrido vá no sentido de focar a causalidade nos mecanismos inerentes às operações do banco central e num afunilamento do sistema financeiro da Zona Euro, ele tende a atribuir a essas evoluções dos saldos um significado mais profundo e associado a uma (potencial) flexibilidade e resiliência do euro. Uma matéria importante e a que procurarei voltar noutra ocasião.
Por ora, apenas uma incursão mais detalhada (ver acima) sobre os dados mais recentes disponibilizados pelo “Statistical Data Warehouse” do Banco Central (http://sdw.ecb.europa.eu). Por um lado, para evidenciar uma outra visão de conjunto e a enormidade das posições credoras da Alemanha e, por outro, para salientar o caráter sempre enganoso das médias, no caso quanto aos 5 países que chegaram a receber o insultuoso epíteto de PIIGS – comparem-se, desde logo, os fluxos e os stocks de Portugal e Grécia com os de Espanha e Itália e, sobretudo, constate-se o comportamento absolutamente excecional das posições irlandesas (do equilíbrio inicial ao inferno de 2010 e deste ao excedente final de 2017). Tema, ou temas, que têm pano para mangas...
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