quarta-feira, 6 de setembro de 2017

UM NOVO CAMPEÃO DO CRESCIMENTO

Gráfico construído a partir de Estatísticas OCDE - Contas nacionais Trimestrais
http://stats.oecd.org/#



Fui testar a curiosidade da informação disponibilizada pelo Economist (link aqui). E, com a ajuda do manancial de estatísticas da OCDE, verifico que a classificação de campeão tem origem nas taxas de crescimento trimestral homólogas. O gráfico que abre este post documenta essa evidência, embora me pareça que o correspondente do Economist em Perth utilize informação mais recente, incluindo pelo menos o 2º trimestre de 2017, quando me quedei pelo 1º trimestre deste ano.

É de facto impressionante a cavalgada do crescimento homólogo desde 1992 e se não fora o perturbado ano de 2011, com muitos trimestres entre os 4 e os 6%, o que faz redobrar a importância da façanha.

Não posso deixar de fazer a memória flutuar e recordar lá atrás o caso de estudo que regra geral concebia na economia do desenvolvimento comparando as condições de crescimento da ex-colónia Austrália, realizada a partir de uma emigração britânica não propriamente de lordes e bastante hostil em relação aos povos nativos, com outras colónias, por exemplo as latino-americanas. Ambos os exemplos foram construídos em função de uma especialização com forte recurso a fatores naturais e, no caso da Austrália, com a dimensão territorial a permitir uma espécie de crescimento à fronteira, ou seja, progredindo no território em função do aproveitamento de recursos. Por que raio de razão a Austrália foi bem-sucedida nesse modelo e as outras viveram a reprodução do subdesenvolvimento?

Nos quase 26 anos de crescimento ininterrupto é espantosa a resiliência da economia australiana. Mas a saúde do modelo em termos por exemplo de reflexos no crescimento do salário real (que tem diminuído) e o elevadíssimo valor da dívida privada em % do PIB são elementos que nos mostram que no campeão do crescimento nem tudo é um mar de rosas.

Sem comentários:

Enviar um comentário