(www.lemonde.fr)
Julgo poder considerar-me insuspeito de simpatia pela liberalização do mercado de trabalho como mezinha contra os grandes problemas macroeconómicos. Escolhi, por isso, trazer hoje aqui um gráfico provocador e de algum modo contranatura em que a espantosa evolução da taxa de desemprego alemã ao longo da última década – culminando com a situação de quase pleno emprego atualmente prevalecente – é simultaneamente relacionada com a legislação laboral por lá produzida no primeiro lustro deste século e com o antagónico comportamento da mesma variável observado no conjunto da União Europeia e da França. A história acabaria por aqui se contada pelos mais ortodoxos dos meus colegas economistas, julgando assim demonstrados os benefícios axiomaticamente assumidos da referida liberalização; outros há, porém, que acrescentam episódios adicionais ao anterior, com crescentes precariedade, desigualdades e atipicidades várias no centro da agenda narrativa (vejam-se, nesse comprimento de onda, os dados abaixo). Nem sempre o que parece é, sendo que tal confusão gera frequentemente mossas significativas e perigosas no plano social e político.
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