“Bispo incómodo”, ele foi indiscutivelmente, do radicalismo “vermelho” de que o acusaram alguns que já hoje o vieram elogiar é que nem tanto existirá de real comprovante – apenas, afinal, uma difícil convivência com a coragem da verticalidade. Porque D. Manuel Martins, falecido hoje aos 90 anos, foi sobretudo um cidadão de convicções estáveis e firmes, na fome que denunciou em Setúbal como na miséria social que não calou no troikismo. Perdoe-se-me que recorde, no que me diz respeito, que conheci D. Manuel nos inícios da década de 60 como pároco de Cedofeita (era eu então aluno do Liceu D. Manuel II, agora Rodrigues de Freitas, e nessa qualidade um dos alvos, entre muitos e muitos outros miúdos, das suas macias proibições ao exercício futebolístico no adro da Igreja) e também que só depois percebi, mais tarde na vida, que tinha em comum com ele essa inalienável paixão pelo “azul-e-branco”. Frontal e verdadeiro, homem e combatente de causas, D. Manuel deixa um exemplo que a hipocrisia não conseguirá disfarçar...
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