domingo, 10 de setembro de 2017

O VÍTOR-ÁRBITRO


Claro que existe uma base sólida para defender o recurso à tecnologia no futebol. Mas alguns poucos meses depois da respetiva introdução em Portugal, já tenho boas razões para defender que nestas condições sou radicalmente contra. Não apenas porque as regras deixaram de ser universais, nem tão-somente porque a disponibilidade de câmaras televisivas é muito diversa consoante os terrenos de jogo. Mas também porque importa afinar previamente o chamado “protocolo” e, sobretudo, porque a relação entre o senhor árbitro e o senhor do vídeo-árbitro é tudo menos clara, propiciando um incremento desproporcionado e sem critério compreensível das paragens de jogo e das desigualdades entre as equipas. Em cinco jornadas do campeonato português, os exemplos abundam – grandes penalidades marcadas e por marcar, faltas graves assinaladas e por assinalar, golos validados e por validar, foras de jogo corrigidos às vezes. Querem um exemplo? Vejam o que sucedeu no Benfica-Portimonense com um penálti inexistente mas apontado sem contraditório e com aquele que seria o golo do empate dos algarvios já perto do final, neste caso não tanto pelo facto de ter realmente existido um ligeiro offside mas pela forma lenta e atabalhoadamente fixada como agiu o pai da decisão, Fábio Veríssimo; sem que se salvaguardem tempos e modos, o futebol vai perder em espontaneidade e isto por cá vai ser uma festa da lei do mais forte, entre a pedido, pressões ilegítimas e livre arbítrio...

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