(De quando em vez torna-se imperioso trazer a terreiro editoriais do
Economist pelo significado que apresentam e pelo alcance das denúncias que
veiculam. O Economist não é uma revista qualquer, independentemente do seu posicionamento
ideológico que o tem. A
suspensão do Parlamento Britânico é um desses temas. Esperaria pelo menos em Londres
uma reação do tipo da que se tem registado em Hong-Kong e não estou a forçar a nota)
Apenas a citação:
“Esta semana
temos duas capas relacionadas. Na Grã-Bretanha, onde Boris Johnson anunciou que
suspenderia o Parlamento por cinco semanas a partir de meados de Setembro, pelo
que perguntamos quem é que agora pode parar um BREXIT sem acordo. O sentido de
inevitabilidade acerca do não-acordo, cultuivado pelos extremistas que aconselham
Mr. Johnson é falso. A União Europeia está contra esse resultado, a maioria dos
Britânicos também; o Parlamento já votou contra a ideia. Quando os deputados regressarem
ao trabalho na próxima semana, terão uma fugaz oportunidade para impedir uma
calamidade nacional indesejável. O amordaçamento imposto por Johnson ao
Parlamento tornou claro por que razão o terão de fazer. A manobra de Mr.
Johnson é legal mas leva as convenções constitucionais ao limite. A sua
maquinação é apenas um exemplo do cinismo que está a roer as democracias
Ocidentais – e que constitui o foco da nossa capa para o resto do mundo. As democracias
são geralmente pensadas para morrerem à mercê do cano de uma arma, de um golpe
ou de uma revolução. Por estes dias, a probabilidade é serem estranguladas lentamente
em nome do povo. As políticas de longa existência como as da Grã-Bretanha e América
não irão transformar-se em estados de partido único, mas a sua democracia
mostra já sinais de declínio. Quando a podridão começa, é extremamente difícil
pará-la”.
Zanny Minton Beddoes, Editor-in-Chief
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