segunda-feira, 5 de agosto de 2019

FUI E VIM


Lá por onde andei até esta manhã, de cá só tive oportunidade bastante para ir dando uma olhadela às capas dos jornais. Percebendo, contudo, que elas tinham claramente pouco de substantivo, muito na linha da chamada silly season. Acima me fico por uma síntese dos destaques que mais me despertaram interesse, seja em termos de sinal mais ou menos. À cabeça, a publicação em tempo e com manifesto conteúdo útil do relatório da Comissão Independente para a Descentralização, liderada por João Cravinho (salvé a ele e aos outros seis!), relatório esse que terá talvez sido a única notícia de verdadeira relevância (provavelmente apenas potencial) destes dias – a despeito de, por manifesta parcialidade e lamentável incongruência, as aves agoirentas lhe estarem a procurar fazer a folha, como aqui já explicou o meu amigo do lado. Depois, tivemos as risíveis listas de Rio e o seu impacto nalgum furibundo povo laranja, as estranhas golas da Proteção Civil e o regresso das cenas de família ao entorno do PS, os atarantados temores de um Poiares Maduro que não cessa de pretender intelectualizar o seu luto por Passos e os tempos e quesitos de uma Justiça que os portugueses mereciam conseguir compreender minimamente (entre o tardio e súbito assalto a Berardo e a reviravolta na acusação a Bruno, para não falar dos cinco anos da resolução do BES ou do dossiê Sócrates). Ressalvando-se que o País está a banhos, reconheça-se, todavia, que é pouco, muito pouco, quando o essencial do que pode configurar o seu devir continua a aguardar debate sério e tratamento urgente.

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