Apercebo-me em conversa ocasional à beira-mar com gente jovem, inteligente e bem-intencionada de que o partido “Iniciativa Liberal” (IL) está a ganhar pontos junto de uma camada especialmente preparada da nossa população, pessoas que conjugam genericamente cinco tipos de atributos: idade em torno ou inferior a 40 anos, formação académica superior, interesse por temas atuais (políticos, económicos, sociais, culturais, tecnológicos, etc.), forte presença em redes sociais e frequente opção abstencionista em eleições nacionais.
Trata-se de um movimento que se sente crescer, também largamente pela sua inequívoca capacidade de penetração nas redes sociais e, por essa via, de colocação em agendas políticas menos tradicionais de problemas que afetam e preocupam numerosos cidadãos anónimos. Mas o movimento cresce como fruto de um bom número de razões boas e, ainda, de algumas menos boas. De entre as boas estará certamente a canalização de energias sociais relevantes para caminhos democráticos e não populistas, o que resulta bem demonstrado através de um ideário explícito na defesa da liberdade e da tolerância e pela decisão de filiação do partido no agrupamento ALDE (Aliança de Liberais e Democratas pela Europa). De entre as menos boas destacaria uma obsessão algo primária contra o Estado e a exploração de algumas das suas manifestações mais básicas (a carga ou “opressão” fiscal, p.e.) ao arrepio de uma devida consideração dos enquadramentos internacional e europeu que dificultam/impedem a pretendida expressão de liberalismos bem-sonantes.
O recente aparecimento de Zita Seabra a dar a cara por esta nova força partidária enquanto sua mandatária é seguramente – e pense-se o que se pensar de Zita e do seu percurso político – mais um elemento a somar na afirmação do IL. Como também o será a presença militante ou apoiante de várias outras figuras dotadas de alguma experiência ou notoriedade pública (caso, p.e., de Ricardo Valente, vereador da Câmara do Porto). Tudo visto e ponderado, saúda-se a seriedade dos esforços tendentes à afirmação do IL (cujos presidente e vice-presidente, Carlos Guimarães Pinto e João Luís Serrenho, são licenciados em Economia e Engenharia na UP) e deseja-se que o normal desenvolvimento da sua atividade lhe confira a solidez e maturidade que ainda não possui – até por forma a que a diversidade trazida pelo IL possa contribuir ativa e plenamente para o sempre necessário reforço da democracia portuguesa.
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