domingo, 11 de agosto de 2019

SÉRGIO É O DONO DAQUILO TUDO?


Pese embora o mérito imenso de Vítor Oliveira no voluntarismo e no escalonamento tático do Gil Vicente, a derrota do FC Porto em Barcelos na jornada de abertura da Liga marca a confirmação cabal de quanto as qualidades de Sérgio Conceição (SC) são escassas para ser treinador de um clube grande e ambicioso. Ele bem pode chamar a si as responsabilidades – quase sempre numa lógica de chantagem disfarçada sobre o debilitado poder da estrutura que comanda o futebol dos azuis-e-brancos – ou fazer rodinhas de motivação no final dos jogos que isso não esconde o modo desequilibrado como ele gere a maioria dos ativos que tem ao seu dispor – o caso Danilo foi para mim definitivo e paradigmático (e desconfio muito da sua ida para a bancada no jogo de ontem...), mas a entrada de Fábio Silva perto do final da partida e com a equipa destroçada demonstra também quanta sensibilidade lhe falta para abordar devidamente a progressão de jovens valores.

Depois, insisto e meramente inventario aspetos a merecerem esclarecimento mas em que SC não deixou de ter uma participação decisiva, por ação determinante ou omissão consciente: a perda de Herrera, o regresso de Marcano, o tratamento errático e visivelmente desconfiado dos “miúdos”, a teimosia num caríssimo Zé Luís, o afastamento de Galeno, a hipótese de contratação de Fábio Coentrão, entre outros possíveis. Eu sei que o processo de construção de uma nova equipa é necessariamente lento e que SC se defrontou com atrasos e posicionamentos excessivamente erráticos por parte dos dirigentes do seu clube (parece que tivemos sorte na questão do guarda-redes), mas ficou ontem demonstrado que ele é capaz do melhor (Krasnodar) e do pior (Gil) na mesma semana por razões que só podem atribuir-se à instabilidade e insegurança que marcadamente o caraterizam. Será que o uso da sua inteligência e sagacidade ainda lhe permitirá arrepiar algum caminho no sentido de uma exploração cabal do plantel entretanto disponível (e que até acaba por ser bastante aceitável), evitando uma saída prematura (empurrada ou por si próprio forçada) que seria mais uma machadada no Pinto da Costa que agora existe e já veio declará-lo perpétuo consigo?

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