(a partir de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
O tema é um clássico e sobre ele apenas aqui venho manifestar-me enquanto cidadão revoltado. Porque, e por uma vez, não me interessa enveredar pela insuportabilidade da análise objetiva e do comentário politicamente correto.
O episódio ocorrido na Assembleia da República entre o seu presidente e um deputado oportunista e fascistoide não pode nem deve ser encarado, a meu ver, àquelas luzes de pretensa objetividade (sempre em nome de uma seriedade que nunca consegue encontrar reciprocidade) mas sim como um revelador do modo de estar do dito deputado (sempre à espreita de qualquer pretexto para vir a jogo e ganhar visibilidade fácil) e do grau zero a que coletivamente estamos a chegar, sobretudo tendo em vista a avassaladora reação pró-Ventura nas redes sociais, por um lado, e a cobertura que a esta acaba por ser dada pelos nossos democratas de serviço, por outro.
Neste último caso, o artigo de José Pacheco Pereira no “Público” de Sábado é indiscutivelmente uma bem urdida prosa mas peca por se filiar na linha dos mestres avaliadores disto tudo que nos vão evangelizando do alto de uma pretensa superioridade moral e de uma garbosa frieza posicional (quando não de alguma obsessão antissocialista, aliás já doentia) que não resistem a um julgamento básico da História – andei recentemente a reler “A Ascensão do Terceiro Reich” de Richard J. Evans e está lá tudo, queiram ou não.
Ou seja: não me interessa discutir o “erro” de Eduardo Ferro Rodrigues, antes o que os consequentes defensores dos valores democráticos podem e devem fazer para os afirmar e consolidar – o resto são tretas de gente mais ou menos bem-falante...
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