Em consciência, ninguém exceto Marques Mendes arriscará dizer se o Orçamento de Estado ontem entregue por Mário Centeno na Assembleia da República ao soar do gongo será o último do seu reinado. Os jornais de hoje oscilam entre sublinhar o excedente histórico do mesmo (o que não corresponderá para todos a uma implicação forçada das “contas certas”), o alívio das PME à custa de um aumento de impostos e de um castigo ao imobiliário (penalizando, respetivamente, os ganhos salariais e os pequenos proprietários, leia-se a chamada classe média) ou a miríade de pequenas medidas que o configuram (o que corresponderá para alguns a um criticável casuísmo taticista). Refira-se ainda que a sua aprovação, que é dada por certa, está dependente de múltiplas negociações que irão procurar satisfazer clientelas partidárias específicas (do PSD-Madeira ao PAN ou ao Bloco, nomeadamente).
Em qualquer caso, e volto à questão inicial, nada é já como em 2015 (veja-se a foto abaixo), quando Costa e Centeno apontavam o rumo que então lhes parecia adequado e que se pode dizer, quatro anos depois, que no essencial não foi de todo seguido em favor de uma “geringonça” à esquerda gerida com alguma arte e bastantes pinças para não defraudar os chamados compromissos europeus. Como também já nada é como então, e como ao longo destes anos, com uma cúmplice relação entre Costa e Centeno a imperar sobre qualquer tipo de causa exógena ou endógena – isto, a crer nas notícias de Sexta-Feira sobre a desavença pública que os dois protagonizaram em pleno Conselho Europeu e sem prejuízo do apetecível que pode continuar a ser que a presidência do Eurogrupo continue a pertencer a um português (com o potencialmente desejável acréscimo de mais algumas adjacências a tal associadas).
Tudo matérias para revisitações, até porque não faltarão oportunidades face aos novos e interessantes episódios que seguramente terão lugar dentro do seu radar.
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