Na linha do post anterior, e não insistindo mais (como, aliás, prometi) em matérias de reforma e organização do Estado (sempre com a necessária consagração de uma instância efetiva de poder regional), talvez importe voltar a referir que é a justiça o nosso mais visível estrangulamento de funcionamento enquanto sociedade que se pretende democrática, livre e moderna. Dispenso-me de falar de casos, sobretudo dos mais mediáticos (como o do BES ou o de Sócrates, p.e.), mas aproveito igualmente manchetes deste mês para pôr o dedo numa ferida que parece insuscetível de ser tratada em Portugal e que 2019 expôs como nunca – refiro-me à ligação entre justiça e futebol e, neste quadro, ao “polvo de influência” (cito Rui Pinto, um cidadão ferozmente atingido por uma vertigem que se pretendeu estritamente castigadora dos seus “erros”) que tramita através de uma instituição tão nacionalmente implantada que consegue funcionar como uma espécie de Estado dentro do Estado. Apenas para que fique registado que alguns de nós (minoritários, pois claro, perante o país dos seis milhões) estão a ver o que vai passando, notoriamente a níveis que pouco têm a ver com amadorismos aparolados e inconsequentes que também por aí existem.
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