quarta-feira, 28 de agosto de 2013

CHORAM AS PIRÂMIDES…

(Ben Jennings, http://www.theguardian.com)

Enquanto a situação na Síria – agora já quase seguramente envolvendo armas químicas! – se arrasta escandalosamente à espera de uma solução (?), o Egito lá foi fazendo as desonras deste Verão numa inqualificável escalada de atropelos e massacres.

Não é infelizmente inédito que este espaço se tenda a remeter ao recurso final da imagem “sem palavras” para denunciar as indignidades que vão ocorrendo por esse mundo fora. A propósito do Egito, um caso quiçá apenas um pouco mais próximo do nosso Ocidente por meras razões de acrescida afinidade geográfica e histórica, selecionei as cinco imagens abaixo de entre uma panóplia de centenas a que fui tendo acesso.

O drama inclui um Egito moderno que nunca foi democrático desde a sua independência, a revolução que em 2011 transformou a Praça Tahrir numa componente incontornável da chamada “primavera árabe”, uma recente vitória da Irmandade Muçulmana em eleições com aparentes moldes democráticos, uma gestão política inconcebivelmente radical por parte de Morsi, novos protestos e uma reação militar intoleravelmente brutal. A recente demissão de ElBaradei foi um ato digno e corajoso de protesto perante a violência em curso, mas ao ter sido tardio – e certamente demonstrativo do erro de posicionamento adotado pelos democratas liberais e seculares, o único grupo em que era possível depositar alguma esperança de normalização – acabará por ser provavelmente improcedente.

Entretanto, e por coincidência, voltou a falar-se por estes dias de Hannah Arendt e do seu conceito de “banalidade do mal”. Sendo que, quando a condição humana se mistura com interesses económicos poderosos alimentados por uma comunidade internacional inconsequente…

(Bernardo Erlich, http://elpais.com) 

(Peter Brookes, http://www.thetimes.co.uk)



(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk)

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