Tenho para mim que bem pode Pires de Lima tentar dar ao executivo um tom de
competência empresarial (veremos o que dá a máxima “O Estado não tem vocação para apoiar ‘business plans’ de empresas privadas”) que a raiz e o contexto de incompetência estão lá e não se
erradicam do pé para a mão.
O trabalho de pesquisa de Rui Peres Jorge no Jornal de Negócios mostra que
Governo e FMI não hesitam em desenhar novos perfis de cortes de despesa a
partir de representações erradas e pouco representativas dos ajustamentos salariais
que estão em curso no setor privado e nos contratos individuais de trabalho do
setor público. A leviandade e a falta de rigor com que se constroem padrões
evolutivos desses ajustamentos, com subrepresentação clara de situações em que
os cortes salariais foram concretizados ilustram bem que podemos estar em
modorra estival que a falta de rigor e de seriedade são uma marca inquestionável
desta governação e vem permanentemente ao de cima. E o que é lamentável é que a
canga menor e subalterna do FMI dá cobertura a esta falta de rigor e traça orientações
de política sem bases credíveis para o fazer. Bem pode Madame Lagarde passear a
sua inquestionável elegância adquirida nas boutiques
da Rue Saint Honoré (ou será em Nova Iorque? Ou terá costureiro pessoal?) que
tudo cheira a postiço. Gente desta não se recomenda.
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