A publicação pelo INE da estimativa do crescimento rápido do PIB português,
com uma queda do PIB de 2º face ao trimestre homólogo de 2012 mas um
crescimento de 1,1% face ao 1º trimestre de 2013 interrompe tecnicamente a recessão
em Portugal. É nestes períodos de divergência de comportamento entre os
crescimentos homólogos e em cadeia que a discussão das expectativas é mais
intensa. Os dados parecem-me coerentes com o comportamento do emprego já
revelado pelas Estatísticas do Emprego de idêntico período, sobretudo porque o
crescimento de 1,1% vem associado sobretudo ao crescimento das exportações de
bens e serviços (Abril e Maio, com queda em junho) e a uma queda menos
pronunciada do investimento, com destaque para a formação bruta de capital fixo
na construção.
Uma interrupção do estatuto de recessão técnica (queda de dois trimestres
sucessivos do PIB) com esta natureza exige uma política económica de pinças
para não matar os sinais agora evidenciados e não uma política de elefante em
loja de cristais como pode acontecer se o orçamento de 2014 não for preparado
com muita ponderação. Espero também que o Pontal no calçadão de Quarteira não
se transforme na exploração demagógica destes dados, para os quais o contributo
da maioria foi objetivamente zero.
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