terça-feira, 20 de agosto de 2013

NOTÍCIAS DA COCHINCHINA E ARREDORES (I)

 
Cá estou de volta, após breves semanas em que fui em busca de constatar pessoalmente quanto é longínqua, mas alcançável, a “Cochinchina” que tanto ouvi citar em múltiplos quotidianos da minha infância.

Uma designação que tem, aliás, uma lógica explicação histórica: os portugueses que no século XVI aportaram na região já tinham uma sede estabelecida na cidade de “Cochim” (Índia) e decidiram-se pela manutenção do nome originário (Kuchi, em língua malaia) com o simples acrescento de uma referência distintiva proveniente da sua localização geograficamente intermédia (“Cochim-China”, pois).

Por essas distantes paragens ofereceram-se-me oportunidades memoráveis e gozei de momentos verdadeiramente inesquecíveis:

· visitar diversos locais únicos, quatro dos quais classificados pela UNESCO como património da humanidade – dos templos de Angkor Wat em Siem Reap (Camboja), onde Angelina Jolie rodou “Lara Croft: Tomb Raider”, à baía de Halong (Vietname), onde se refugiam os amantes de “Indochine” (Jean-Baptiste e Camille, a filha adotiva da magnífica Catherine Deneuve representando Éliane), e às velhas cidades de Luang Prabang (Laos) e Hoi An (Vietname);

 
 
· percorrer vários locais simbólicos para a minha geração – como os terríveis campos da morte cambojanos (“Killing Fields”) que ficaram como a mais sanguinária marca daqueles “3 anos, 8 meses e 20 dias” que definiram o regime de Pol Pot ou o impressionante sistema de túneis de Cuchi (a 40 quilómetros da antiga Saigão) que tanto contribuiu para a derrota americana às mãos da frente nacional de libertação vietcongue, sem esquecer o belo Hotel Métropole de Hanói (em cujo bunker Joan Baez passou o Natal de 1972 e onde se inspirou para compor o poema de “Where Are You Now, My Son?”, lá tendo voltado este último abril para revisitar memórias, prestar homenagens e deixar o quadro que agora decora o hall de entrada);
 
 
· fruir de ambientes literalmente imperdíveis em restaurantes míticos e/ou excelentes – do “The Red Piano” de Angelina Jolie (Siem Reap) ao “Sofitel Phokeethra“ (Phnom Penh), do “Nam Hai” (Hoi An) ao “Park Hyatt” (Ho Chi Minh City), da “La Résidence Phou Vao” e do “L’Éléphant” (Luang Prabang) ao terraço do “Mandarin Oriental” (Bangkok).
 
 
Só que nem tudo pode ser reconduzido a exclusivo lazer ou puro prazer. E dado que a rapidez de reação também é uma alma do “negócio”, foi igualmente um facto que a diversidade e amplitude das currencies em presença me obrigou a exercitar em permanência a elasticidade do meu cálculo mental – mas lá fui sendo capaz de cumprir mínimos aceitáveis de eficácia na conversão dos dólares (às vezes, dos euros) em riels, dongs, kips e bahts, à razão, respetivamente, de 1 por 4000, 1 por 20000, 1 por 7600 e 1 por 28…
 

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