(Alberto Morales Ajubel, http://www.elmundo.es)
Fim de uma semana bastante atípica em termos pessoais, semana que agora culmina com uma viagem social até Monchique (local onde, tragicamente, o fogo tem sido incansável e assustador por estes dias). À falta de disponibilidade de cabeça para mais, insisto nas inconsistências do desporto-rei à portuguesa, desta vez focado nas declarações do presidente do Benfica (aquela de Bandarra e a TVI lhe confundirem o filho Tiago com o meu amigo Nuno Gaioso Ribeiro não lembra ao careca!) e nas lamentáveis prestações suíças da seleção campeã da Europa e do seu responsável Fernando Santos.
Em conversa de ocasião com um colega de trabalho, descobri-lhe o vício bloguista e o pendor sportinguista. Um mal que o destino me reservou, aliás, para convívios familiares próximos. O dito blogue tem um nome curioso (“A insustentável leveza de Liedson”) e uma saudosa declaração para quem perfilha simpatias portistas (“Falaremos do Sporting, mais mal do que bem. Falaremos também do Benfica, sempre mal. Falaremos do Porto, conformados.”).
A propósito dos dois temas que acima menciono, cito duas belas curtas com a devida vénia ao autor. Sobre Vieira e Jesus (“Entre o Labirinto da Saudade e o General no seu Labirinto”):
“Li umas frases soltas de uma entrevista qualquer do Luís Filipe Vieira (LFV). Num determinado momento, LFV afirma que quem se quis ir embora foi o Jorge Jesus. Logo a seguir, LFV afirma também que o Jorge Jesus não servia os interesses do Benfica.
Estas afirmações são profundamente contraditórias. Se o Jorge Jesus não servia os interesses do Benfica e a sua Direção lhe pretendia renovar o contrato, então a Direção, ao agir desta forma, é que não servia os interesses do Benfica. Se o Jorge Jesus não servia os interesses do Benfica e não aceitou renovar contrato, apesar da intenção contrária da Direção, então, ao decidir desta forma, servia os interesses do Benfica.
Não sou dado a grandes interpretações psicanalíticas, mas esta contradição parece um ato falhado. São seis anos de contradições. É muito tempo em futebol, uma eternidade. Talvez tenha sido a saudade a falar por portas travessas. Talvez seja a saudade no seu labirinto. Talvez seja o general no seu labirinto.”
(cartoon de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
Quanto à seleção e seu timoneiro (“Sem 'performance' não há 'coaching' que nos valha”):
“Na final do Campeonato da Europa jogámos sem o Cristiano Ronaldo e ganhámos na mesma. Não tínhamos o melhor do mundo, mas contávamos com a Susana Torres. Foi esta a explicação que deram. Desta vez, contra a Suíça, estavam reunidas as mesmas condições. Perdemos. Assim não é fácil encontrar uma explicação para esta derrota.
Só consigo encontrar uma explicação. A impossibilidade de decidir o jogo por penalties condicionou a táctica da seleção nacional. Não se consegue montar uma táctica como deve ser se não existir a possibilidade do jogo se decidir por mero acaso.”
(cartoon de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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