(As eleições
regionais na Galiza e no País Basco confirmam as previsões aqui avançadas neste
blogue, ou seja que o PSOE
avança aceleradamente para a irrelevância política se mantiver a orientação em
curso)
Não era nada que não estivesse anunciado. Na
Galiza, o PSOE para além de não ter impedido a maioria absoluta de Nunes Feijó,
cada vez mais um prolongamento de Rajoy, viu o movimento inorgânico do En Marea
captar mais votos e igualar o seu número de deputados. Surpreendentemente, Ana
Pontón conseguiu suster a hemorragia de votos de que o Bloco Nacionalista
Galego vinha sofrendo, conseguindo representação parlamentar em todas as
províncias com seis deputados. No País Basco, não logrando interromper a
consolidação das forças regionalistas, com destaque para o Partido Nacionalista
Vasco (PNV), também não conseguiu superiorizar-se ao PP. Num período em que o
PSOE levou ao limite a sua intransigência de não viabilizar a governação do PP
a nível nacional, precipitando umas mais que prováveis terceiras eleições, os
resultados da Galiza e do País Basco são música celestial para o PP. Embora
cada vez mais apertado pelos salpicos da corrupção, Rajoy, favorecido pela
situação macroeconómica global da Espanha e pela sua maioria sociológica
resiliente, pode calmamente esperar ou pela cedência do PSOE ou pela sua queda
no abismo.
Moral da história: a modernização de um
partido não passa necessariamente pelo rejuvenescimento da sua liderança. Acho
que Pedro Sánchez não percebeu que a inexistência em Espanha de um Partido
Comunista à portuguesa impediria irremediavelmente a formação de uma maioria
parlamentar à esquerda. Além disso, o PODEMOS e as suas inorgânicas
ramificações também não são o Bloco, nem têm a inteligência tutelar de Louçã a
inspirá-lo. As eleições galegas e bascas mostram ainda que o CIUDADANOS de
Rivera não é um partido nacional, não tendo eleito deputados para ambos os
parlamentos. Neste contexto, a intransigência de Sánchez revela uma extrema
inabilidade de leitura de situações concretas. O abismo está aí à espreita nos
rumos de uma nova eleição. As economias do sul precisariam na União Europeia de
uma outra Espanha política e de um PSOE com mais força. Este cenário não
favorece as pretensões de António Costa na Europa.
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