Por culpa do José Rodrigues de Jesus, mestre de Contabilidade de quase todos nós (leia-se os de Economia da FEP e para citar o Carlos Tavares), estive ontem no Fórum Lisboa a moderar um painel do XII Congresso da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. O tema era “Economia”, assim sem mais, e os intervenientes eram igualmente nortenhos (uma hora certamente inédita em terrenos da Capital!), a saber: Fernando Teixeira dos Santos, António Mota e José António Barros.
Não venho aqui falar do muito de interessante que por lá se disse, mas apenas dar nota de algo que, sendo genericamente conhecido, ganha especial relevância com a ajuda de alguma informação estatística de suporte. Refiro-me à situação que por cá vem atravessando o setor da construção civil, recorrendo para tal e com a devida vénia ao power-point do Engenheiro Mota. Acima, três dados muito sugestivos: a quebra abrupta do setor neste nosso século XXI (320 mil empregos e 2,7 pontos percentuais de perda em termos de participação no PIB), o quase desaparecimento da contratação pública em Portugal nestes anos de austeridade e ponto final, a resposta do maior grupo nacional (Mota-Engil) passando a centrar crescentemente a sua atividade no exterior (onde já possui quase três quartos do respetivo volume de negócios).
Mais abaixo, um quadro igualmente revelador: a memória do ranking de há 10 anos das 25 maiores empresas de construção, apenas para que a partir dela constatemos que já só sobram seis e em notórias dificuldades internas. Diga-se o que se disser, tudo isto é sintomático de um problema que roça a viabilidade nacional – só não percebo que raio de volta é que Paulo Portas, por mais sobredotado e lobista que possa ser, vai ajudar a dar a isto!
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