A integridade territorial da Ucrânia é um dos principais tópicos que está em cima da branqueadora mesa dos decisores imperialistas russos e dos seus cúmplices americanos. Com a Rússia a ter logrado virar irremediavelmente a guerra a seu favor, especialmente nos últimos meses, e a controlar cerca de 20% do território agredido, a situação de Zelensky torna-se crescentemente insustentável e a posição europeia de apoio à Ucrânia mostra os “pés de barro” em que sempre assentou.
Neste quadro, e por muito que tanto possa parecer inverosímil, a realidade é que já nada espanta no tocante ao que os vários agentes em presença possam reclamar em matéria de extensão territorial: abaixo, alguns exemplos significativos, daquela que tudo indica ser a pretensão de Putin (Crimeia à parte, exigir as áreas restantes das quatro províncias anexadas – Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk –, algo que se traduziria no abandono ucraniano de 22% do seu território anterior à invasão de 2022) à loucura (?) do radical Medvedev (que defende uma redução da Ucrânia à sua expressão mais simples, i.e., limitada à região de Kiev), sem excluir a libertinagem que se concedem os extremistas de direita húngaros e romenos (uns e outros procurando recuperar parcialmente os seus limites fronteiriços de tempos idos).
Começa a inexistir qualquer argumentação que se pretenda justificativa do que vai sucedendo por estes dias no mundo em que vivemos. Apenas submerge uma revolta justa em relação à intolerável convulsão autocrática e antidemocrática que ganhou novo fôlego desde a chegada de Trump e se prepara para impor um refluxo irreversível na ordem internacional que imperou durante oito décadas.
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