domingo, 16 de fevereiro de 2025

JORGE NUNO PINTO DA COSTA

Previsível, em face da evolução da doença de saúde que o afetava, o desaparecimento físico ontem ocorrido do ex-presidente do FC Porto Jorge Nuno Pinto da Costa (JNPC). Um homem singular, e polémico como todos os que se dedicam a causas, pela forma como se apresentou à “nação portista”, primeiro, e à sociedade portuense, nortenha e nacional, depois. Conseguiu um sucesso absolutamente incomparável ao longo dos 42 anos em que dirigiu em life time os destinos do clube que amava. Devemos-lhe (uso o plural porque disso sou parte inalienável) a recuperação e crescente afirmação do clube, títulos nacionais e internacionais impensáveis, momentos de alegria irrepetíveis (de Viena a Gelsenkirchen, de Sevilha a Dublin, de Tóquio a Yokohama, para não referir as incontáveis vitórias em estádios nacionais e os correspondentes títulos, com destaque para o “penta” que delas resultaram). Neste dia triste, quero apenas acrescentar dois aspetos diferenciados: por um lado, a tremenda e indecorosa dose de hipocrisia que grassa numa comunicação social que passou anos a tentar menorizar e criticar o trabalho de JNPC e agora gasta horas a procurar valorizá-lo post mortem; por outro lado, o lamento que me fica quanto ao modo como JNPC se deixou capturar por sanguessugas de vária ordem nos anos finais da sua vida, acabando merecidamente derrotado de modo clamoroso pelos associados do FC Porto que tanto o admiravam e reconheciam. Fica o registo de um desaparecimento que segue a lei natural da existência humana mas não se apagará nunca mais no sentimento clubista e cidadão de muitos – paz à sua alma!


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