Os movimentos populacionais estão na ordem do dia um pouco por toda a parte, mas também largamente na Europa e cá pela Terrinha, e nem sempre pelas melhores razões (como é por demais evidente). Nesse quadro, e aproveitando uma informação trabalhada pelos editores da francesa “Le Grand Continent”, debruço-me aqui sobre o que nos é dado conhecer em termos do número de cidadãos vivendo em cada um dos países da União Europeia cujo local de nascimento é exterior aos ditos países. Uma informação que nos permite a seguinte repartição: (i) 4 países com menos de 5% da população nascida fora do país (Bulgária, Polónia, Roménia, e Eslováquia); (ii) 4 países com população nascida fora do país entre 5% e 10% (Hungria, Chéquia, Lituânia e Finlândia); (iii) 7 países com população nascida fora do país entre 10% e 15% (Itália, Grécia, Croácia, Letónia, França, Dinamarca e Eslovénia); (iv) 6 países com população nascida fora do país entre 15% e 20% (Países Baixos, Portugal, Espanha, Estónia, Bélgica e Alemanha); (v) 5 países com população nascida fora do país superior a 20% (Suécia, Áustria, Irlanda, Chipre e o outlier Luxemburgo). Além de algumas surpresas face a perceções adquiridas (caso do posicionamento relativo de Portugal, por exemplo), de alguns resultados fortemente influenciados pela dimensão migratória recebida em momentos temporais já distantes (caso da França, onde os cidadãos emigrantes de nova geração são significativamente nascidos no país) e de alguns números semelhantes muito diferentemente explicáveis (caso do importante peso de estrangeiros na Suécia e Áustria versus peso identicamente elevado na Irlanda e Chipre), os dados confirmam a quase total significância de um fenómeno de contornos explosivos e dificilmente esbatíveis nos tempos que aí estão mas a carecer, por isso mesmo, de abordagens político-sociais sérias e corajosas que ajudem a evitar uma crescente generalização do pior.
Sem comentários:
Enviar um comentário