Mesmo para quem sustente, como é o meu caso, que a triste e rocambolesca situação política que se está a viver nos EUA é bem mais do foro da substância do que da forma – ou seja, bem mais tradutora de uma mudança antidemocrática de fundo do que de uma exibição de mau gosto de “excrescências do sistema” –, não consigo deixar passar em claro a cena hoje divulgada de mais uma assinatura de um decreto presidencial na Sala Oval.
Com efeito, foi um Elon Musk cada vez mais apalhaçado e cheio de si que nos surgiu ao lado de um rendido Trump a mostrar o seu agrado com o poder que este lhe outorga para levar a cabo a demolição do Estado federal que se propõe concretizar em nome de uma “eficiência” que os americanos pagarão com língua de palmo. Ademais acompanhado pelo filho (X Æ A-Xii de seu nome, um nome que é um verdadeiro atestado da insanidade parental!), Musk assim se encarregava de arrasar qualquer espécie de mínimos em termos da encenação que sempre deve ser inerente à presença e ao exercício do poder nas sociedades democráticas.
Ainda só lá vão três semanas, mas já me faltam as palavras para tanto descaminho e para tão brutal desfaçatez...
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