Reporto-me ao meu último post, especialmente aos remoques que ele suscitou junto de alguns amigos que me confrontaram com um alegado enviesamento da minha parte em relação à necessidade de habitação social num país em que a mesma dispôs de anos de favorecimento (mesmo que pelas piores razões).
Não sendo eu um especialista na matéria, aqui quero repor alguma verdade sobre o meu posicionamento nela: porque o objetivo não era aquele que alguns interpretaram mas tão-só o de chamar a atenção para a ineficácia política que grassou na área em causa durante décadas, cruzando ainda a dita com outras limitações associadas à organização política do espaço nacional.
Neste quadro, e nem de propósito, o “Expresso” divulgou neste fim de semana um bom dossiê sobre Habitação, juntando alguns quadros sugestivos quanto a temas que terão de ser postos em seu devido lugar no tocante a uma melhor elucidação da multiplicidade de variáveis a considerar para uma abordagem consequente da matéria; e, já hoje, o “Diário de Notícias” trouxe também mais um elemento ilustrativo ao noticiar o autêntico flop do chamado “Programa Arrendar para Subarrendar” – ou seja, e de forma quase avulsa, retenha-se o seguinte: uma enormidade de casas vazias (sobretudo nas Áreas Metropolitanas), um desfasamento entre licenciamento e construção, preços em explosão, medidas governativas falhadas por mal desenhadas, eis exemplos de temas que, entre outros, não deixam de confirmar o essencial do que quis focar no meu dito post: um país sem política, seja ela reportável à falta de habitação social, de regulação do mercado, de uma articulação consequente entre medidas necessárias e de efeitos contraditórios ou de um incontornável alheamento da dimensão territorial.
Espero ter sido razoavelmente clarificador...
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