Sensação estranha de regresso vingador a um passado longínquo assistindo num bar de hotel londrino cheio de gente de vários lados à final do velho Festival da Eurovisão em versão adaptada aos tempos de hoje. Algo que não fazia há muitos anos mas que nos anos 60 e 70 me interessou tanto como a quase todos os tristes portugueses da época – lembro-me, aliás, muito bem daquela “Oração” com que António Calvário pela primeira vez nos representou em Copenhaga 1964 e depois de tantos e tantos outros, derrotados nacionais (com saliência para Simone e “Desfolhada”, Tordo e “Tourada” ou Paulo de Carvalho e “E Depois do Adeus") e vencedores estrangeiros (como Sandie Shaw e a sua “Puppet on a String” – estás aí, pai?). Pois esta noite o português Salvador Sobral (acompanhado pela sua irmã Luísa) venceu folgadamente o certame de Kiev com “Amar pelos Dois”) e demonstrou que, embora pontualmente, a qualidade e a genuinidade ainda podem ser remuneradas na sociedade de mercado que nos cerca. E Portugal é uma geringonça que parece estar mesmo a ficar na moda...
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