(Começo a recear
o pior, a loucura parece generalizada, até o vociferador e irrascível Schäuble
parece entrar no jogo, mas conhecendo do que a casa nacional
gasta um pouco de equilíbrio será recomendado para conduzir o barco)
Uma newsletter chamada Playbook,
publicada por um site de coscuvilhice comunitária, POLITICO de sua graça,
apresenta-nos o irrascível Wolfgang Schäuble a batizar o ministro das Finanças
de Portugal, o circunspecto e estudioso Mário Centeno, que talvez esperasse
estar hoje a chefiar o Gabinete de Estudos do Banco de Portugal (nunca entendi
a sua não escolha em concurso) e não nestas andanças, como o RONALDO do ECOFIN.
Os mais renitentes como eu a saudar qualquer coisa que venha da referida
personalidade ainda duvidarão se a metáfora tem a ver com a espantosa força em
campo e sede de golo do nosso Ronaldo ou se não há aqui alguma piada de mau
gosto aos eventuais problemas fiscais em Espanha do craque que o seu novo
assessor António Lobo Xavier se encarregará de reduzir seguramente à sua mínima
expressão, para proteção da sua imagem e salvação desta onda de notoriedade
nacional. Mas até o presidente Marcelo se dignou comentar a graçola, afirmando
que de uma vez por todas o ministro das Finanças alemão disse alguma coisa de
acertado. Este nosso presidente é mais irrequieto do que Ronaldo em campo e
essa irrequietude deve cansar estruturalmente personagens calmas suas
assessoras como a Maria João Ruela dos olhos doces ou o intelectual profundo Mexia,
um dos nossos raros intelectuais profundos, diga-se. Aqui há dias, vi os dois,
calmos e descontraídos, numa viagem de Alfa para o Porto, certamente com os
telemóveis desligados para escapar por umas horas ao frenesim Marcelo.
Mas a integrando a suposta blague de Schäuble numa reflexão para lá da
simples graçola de tablóide, diria que há sinais preocupantes de loucura
eufórica neste novo dobrar do Bojador que a coexistência dos dados
macroeconómicos do 1º trimestre de 2017 com a saída da situação de défice
excessivo tem gerado.
Num país claramente bipolar nas suas representações do êxito e do fracasso,
quanto mais controlada for este respirar de alívio melhor. Conhecendo
historicamente do que a casa nacional gasta, a euforia se não for controlada dá
problema.
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