terça-feira, 2 de maio de 2017

QUE MACRON?

(Joe Cummings, http://www.ft.com)

(Nicolas Vadot, http://www.levif.be)

O último artigo de Wolfgang Münchau no “Financial Times” sublinha com clareza a questão essencial das eleições presidenciais francesas quando encaradas pela positiva: que Macron terá de fazer um decisive move sobre a Europa. O articulista começa por sustentar que “Macron merece apoio” só pela sua “promessa mais empolgante”, as reformas que propôs para a governação da Zona Euro: uma política orçamental comum, um ministro das Finanças conjunto, um instrumento de dívida da Zona Euro e a conclusão da união bancária. Mas explica seguidamente que “o problema com a agenda de Macron é que ninguém sabe realmente como é que ele a pode fazer funcionar” e que “o destino de François Hollande deve servir como um alerta para os limites do que um presidente pode fazer”.

Depois, Münchau vai mais longe ao interrogar-se sobre o que poderá fazer Macron se “a Alemanha responder às suas quatro propostas com: nein, nein, nein e nein” e ao explicitar que, “se a resposta for ‘não muito’”, “a natureza da escolha entre os dois candidatos mudaria” e passaria a ser “entre um status quo insustentável e uma mudança” (tornando mesmo a abstenção à esquerda “de repente, intelectualmente defensável”, chega a afirmar; como também, aliás e mais à frente, que “se a promessa de um novo rumo vier a ser meramente uma reafirmação da velha ordem, devemos estar preparados para ver uma presidente Le Pen, se não neste ano, então em 2022). E termina sugerindo que “no lugar dele [de Macron, bem-entendido], eu reduziria a abrangência da agenda e, em vez disso, aprofundá-la-ia”, acrescentando: “isso implicaria deixar cair os eurobonds e a integração orçamental e uma concentração na união bancária. Emmanuel Macron deve dizer que este é o mínimo exigido para a França permanecer na Zona Euro.”

Fora do verdadeiramente sério, quero ainda remeter para dois exemplos da imensa graça com que alguns observadores abordam as ditas eleições: Macron a fugir a sete pés de quaisquer conselhos de Hollande (surtout pas) e o miúdo britânico a declarar não querer ser presidente se tal significar ter de casar com a professora...

(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)

(Matt Pritchett, http://www.telegraph.co.uk)

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