quinta-feira, 18 de maio de 2017

MANIFESTOS BRITÂNICOS


De entre os vários títulos sensacionalistas que ao final de cada dia pontuam os vespertinos gratuitamente distribuídos nas ruas de Londres e à porta do seu Metro escolhi desta vez um do “Evening Standard”. Porque a mensagem, sendo básica e repetitiva, surge apresentada com uma tremenda e perigosa eficácia populista. Ademais, aquela referência a sete anos de incumprimento que tão subtilmente é dirigida aos Tories evidencia que a campanha eleitoral está ao rubro e que as pressões sobre May são generalizadamente fortes e feias, mesmo no seu próprio campo. Isto dito, o maior bombo da festa continua de longe a ser o líder dos Trabalhistas, Jeremy Corbyn – sendo que, e embora não conheça a realidade em causa de modo suficientemente profundo que me permita perceber se o senhor é assim tão canhestro e old fashioned quanto é insistentemente insinuado pelos donos da opinião publicada, o meu feeling é o de que aquilo está bem mais inseguro e fraturado do que parece, o de que vai alguma perturbação em várias hostes (back to 1970s ou back to the 1940s?) e o de que, portanto, a utilização de hipérboles (fantasy land, wish list, sharp left turn...) visa esconder que a coisa não será assim tão preta e branca quanto se quer fazer crer...

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