(À medida que, um
após outro, se sucedem elementos estatísticos publicados sobre o comportamento favorável
da macroeconomia e o comportamento associado do mercado de trabalho, as reações
interpretativas do PSD e do CDS são um hino ao que de mais errático tenho visto
em política, revelando, a
meu ver, na oposição aquilo que efetivamente os interessava na sua governação
alavancada pela TROIKA …)
O processo interpretativo da oposição é grotesco.
Enquanto as melhorias eram tímidas e indeterminadas, desconfiavam da sustentabilidade
e até se falou de falhanço do modelo económico do novo governo. E o pior
estaria para vir. Mas o pior não veio. E quando estas melhorias se transformaram
em algo difícil de arrumar para baixo do tapete, corrigiram a trajetória. Afinal
os resultados decorreram de mudanças introduzidas pelo governo anterior que estão
agora a dar os seus frutos. Poeira, simplesmente poeira. Mas que raio de
mudanças produziu o governo anterior que se projetaram nestes resultados do
crescimento de 2,8% em termos homólogos para este trimestre e 1% face ao trimestre
anterior? E para um verdadeiro hino à imbecilidade interpretativa arriscam-se a
dizer que o crescimento ainda seria maior se não o governo atual não tivesse feito
as alterações que fez. Mas afinal em que é que ficamos? Estão a ser introduzidas
alterações ao que veio de trás e reposições ou não? Mas então em que ficamos?
Mas como é que isto é compatível com a ideia de que o resultado de agora decorre
do governo anterior. Algo não bate certo nesta argumentação. Desespero,
comportamento errático, uma tragédia de posicionamento político.
Seria mais sensato, por exemplo, avançarem com a ideia de que tudo se deve
afinal ao comportamento dos agentes privados. Mas mesmo com essa saída pela
retaguarda teriam de explicar como é que os mesmos agentes privados estão agora
a produzir estes resultados e não os produziram anteriormente. Ou então uma
pinga de bom senso recomendaria a invocação do contexto externo. E não poderiam
invocar o contributo dos Fundos Estruturais, pois se houve comportamento de impreparação
face aos Fundos Estruturais foi o do governo anterior, com a inexperiência de
Poiares Maduro a comandar o processo. Nesta matéria, o governo atual parece ter
de uma vez por todas apalpado o pulso à máquina de execução do Portugal 2020. Basta
isso para reanimar o investimento.
Creio que o Presidente Marcelo lhe deve apetecer atirar ao Tejo esta oposição,
refrescando-lhe a moleirinha.
Do lado das hostes do PS e face a este comportamento facilmente desmontável
da oposição, o PS das Federações distritais parece apostado em transformar as
autárquicas numa dor de cabeça para António Costa. Em Braga, as questiúnculas estão
ao rubro, com o “imperador local” Joaquim Barreto a fazer das suas, afinal faz
parte da tradição.
É uma verdadeira blasfémia o que vou dizer, mas com hostes desta natureza a
nível regional, é difícil manter as ideias pela descentralização. Dou comigo,
frequentemente, a desculpabilizar e a tentar compreender o centralismo. Abrenúncio,
renego-te tentação.
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