(Este é talvez o
debate mais intenso e promissor na economia de hoje, com larga influência na
disseminação do vírus populista, não admira por isso que os economistas americanos estejam na dianteira do
mesmo…)
No post anterior, a propósito dos
constrangimentos que se colocam ao movimento sindical, sugeri que os temas do
comércio externo e da tecnologia e a sua relação com a destruição de empregos
na indústria transformadora estão na crista da onda do debate económico de hoje.
Os economistas americanos lideram esse debate, até porque dessa discussão resultam
elementos de grande alcance para compreender e combater o populismo até agora
algo inconsequente de Donald Trump.
A CUNI – City University of New York (que acolhe presentemente Paul Krugman)
organizou por estes dias um debate de grande nível sobre o tema (Trade, Jobs and Inequality) reunindo para
o efeito cinco vozes com trabalho muito relevante sobre a difícil tarefa de
separar os efeitos do comércio internacional e da tecnologia sobre a destruição
de empregos na indústria transformadora.
Sob a moderação de Eduardo Porter, um jornalista do New York Times que tem
seguido de perto as evidências de toda esta tendência, reuniram-se:
- David Autor, o economista com trabalho mais profundo sobre a matéria, estudando abundantemente as questões da polarização no mercado de trabalho (com origem fundamentalmente tecnológica) e os efeitos da revolução económica da China na economia americana);
- Ann Harrison, uma das investigadoras que mais tem trabalhado o tema da destruição de empregos na indústria transformadora;
- Brad DeLong com referências sistemáticas nos blogues “Grasping Reality with all tentacles” e “Equitable Growth” à errada perceção que a administração Trump tem a.imentado sobre o tema;
- Paul Krugman, interessado em revisitar do ponto de vista da economia internacional a junção dos dois temas.
O trabalho sempre atento de DeLong reproduziu o conteúdo do vídeo streaming
do debate (ver link aqui). O resultado é um documento curto de grande alcance e de enorme
fundamentação, mostrando como investigação firme e fundamentada pode alimentar
o debate público.
Blanko Milanovic, um dos gurus do estudo da desigualdade, reconhece como
assistente a grande riqueza do debate e certamente um grande debate. Pelo que li
e ouvi vale a pena regressar ao tema em próximos posts (link aqui).
Sem comentários:
Enviar um comentário