Subitamente, a questão maldita da genealogia do coronavírus, tão provocatoriamente impulsionada por Trump, voltou à superfície. É duvidoso que algum dia se consiga saber com um elevado grau de certeza se o vírus nasceu de um erro ocorrido em laboratório chinês ou de uma veiculação por parte de um qualquer animal. Por isso, o ressurgimento da questão tem necessariamente que se lhe diga, mas não tanto na esfera científica quanto predominantemente no plano político e geoestratégico — segundo alguns entendidos dotados de fontes bastante fidedignas, Biden terá decidido adotar mais esta linha de confronto com Beijing, tornando-se assim um seguidor pontual (muito firme, embora mais moderado na palavra e nas variações) da estratégia de responsabilização da China explorada à saciedade pelo seu antecessor; as suas razões são do foro da rivalidade radical e muito repartida entre as duas potências que disputam o comando da ordem económica internacional em gestação; e num momento em que os argumentos em favor da supremacia chinesa parecem querer ganhar alguma dominância (também porque há muito quem minimize, erroneamente, as imensas contradições e algumas debilidades do gigante asiático), os conselheiros americanos tendem a defender a justeza de se aproveitarem todas as possibilidades de rebaixamento e descredibilização do campo chinês.
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