terça-feira, 25 de maio de 2021

BALANÇOS E EXPECTATIVAS

É um tique que me vem da lonjura dos tempos, esse de olhar para as classificações dos campeonatos de futebol (nacionais, distritais ou regionais, primeiro, europeus ou sul-americanos, depois) e ir observando a sua evolução ao longo dos meses desportivos — incluindo uma frequente procura de por onde andam agora o Coimbrões ou o Blackburn Rovers (por exemplo) e os verdadeiramente decisivos “quem sobe e quem desce” ou “quem vai à Europa no ano que vem”; e por aí fora, cada tolo tem a sua mania. Pois este foi o fim de semana em que tudo se concluiu nas cinco grandes ligas europeias, o que fez com que uma parte do meu Domingo fosse passada a olhar para o telemóvel que me indicava a sequência dos resultados e a consequente previsibilidade dos desfechos.

 

Indo apenas aos “finalmente”, sublinhe-se o seguinte: (i) na Alemanha estava quase tudo arrumado, com o Bayern de Munique a vencer pela nona vez consecutiva e o Leipzig, o Borússia de Dortmund e o Wolfsburgo a serem os restantes apurados para a Liga dos Campeões (nas outras provas europeias, estarão o Eintracht de Frankfurt, o Bayer Leverkusen e o Union Berlin, ficando de fora o habitual Borússia de Mönchengladbach, enquanto nas descidas há dois históricos, o Schalke 04 e o Werder Bremen, com o Köln a escapar na reta final para uma liguinha com o Kiel); (ii) em Inglaterra, o principal estava também decidido (título para o Manchester City), mas foi o Liverpool o grande beneficiado das duas jornadas finais (ao lograr um apuramento Champions, com Manchester United e do Chelsea e em detrimento de um Leicester que andou sempre nos quatro de cima e acabou relegado para quinto e para acompanhamento do West Ham e do Tottenham nas outras provas europeias); (iii) em Itália, o Inter também já lograra romper o prolongado ciclo da Juventus, mas esta teve a sorte imprevista de um empate caseiro do Nápoles (contra o Verona) que lhe deu entrada para a quarta posição (Liga dos Campeões, portanto, junto com Milan e Atalanta, enquanto Nápoles, Lázio e Roma seguem para uma outra consolação europeia); (iv) em Espanha, o arrastado e defensivo Atlético de Madrid lá venceu à tangente em Valladolid e assim arrecadou o título (com o Real, o Barça e o Sevilha a seguirem também para a Champions e a Real Sociedad, o Bétis e o Villarreal a serem os restantes laureados para acesso a provas UEFA); (v) em França, por fim, uma vitória inesperada do LOSC Lille (com quatro portugueses no plantel: José Fonte, Renato Sanches, Xeka e Tiago Djaló), à frente de um persistentemente azarado Paris Saint-Germain e do Mónaco (com Olympique de Lyon, Marselha e Rennes a irem ser os europeus “menores” e o conceituado Nantes e ir disputar a sua manutenção em barrages contra os terceiros da segunda divisão).

 

Assim foi, portanto. Parece notório que foi em Lille que a maior surpresa aconteceu, o que justifica um apontamento especialmente dirigido. Os restantes quatro titulares foram visto por Momani do modo que mais abaixo se retrata. A época chega assim ao final, vem aí o “Euro” (não estou com especial fé, mas pode sempre haver um milagroso Éder ao virar da esquina...) e a final da Champions no Dragão (com 16500 espectadores presenciais!), enquanto os sportinguistas procuram consciencializar o que lhes aconteceu depois daquela eliminatória “uefeira” com o Lask Linz e sob a batuta de um treinador sem diploma e de um presidente mal-amado (mas com tentações de espirra-canivetes), os benfiquistas fazem o luto de uma saison miserável (depois dos “investimentos” de Vieira e das promessas triplicadoras de Jesus) e os portistas rezam (uns para que Sérgio Conceição fique por cá e outros para que Deus Nosso Senhor o leve para mais frias e calmantes paragens). Seguiremos atentos!



(cartoons de Omar Momani, https://omarmomani.blogspot.com)



(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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