domingo, 9 de maio de 2021

EUROPA 2021

(Luís Afonso, “Bartoon”, https://www.publico.pt)

Mais um Dia da Europa. Pela segunda vez vivido em pandemia, mas num quadro de presidência portuguesa e em cima do seu “grande momento” de Cimeira Social ocorrido ontem no Porto. António Costa lá fez o seu número, desempenhando com simpatia o seu meticulosamente preparado papel visando colocar-se numa pole position para um posto europeu, embora tenham sido poucos os conhecedores e comentadores credíveis da matéria que atribuíram um verdadeiro significado ao facto ou que o abordaram com a seriedade e importância política que se pretendia lhe fosse concedido (as metas, limitadas pela ultranacionalista configuração conjuntural desta Europa em navegação à vista, também não ajudavam a conferir um sentido estimulante ao acontecimento!); não obstante, sempre houve quem viesse falar, não mais do que da boca para fora e sem corar, de “história europeia” a acontecer (mesmo sem Merkel na sala!).

 

Na imediata sequência, hoje foi a vez de Macron (o homem tem ali qualquer coisa com Costa, só mais à frente se desvendará se uma convergência plena ou se um qualquer interesse tático mais ou menos insondável) fazer o seu próprio número pessoal, abrindo em Estrasburgo, com a pompa que lhe foi possível garantir, uma “Conferência sobre o Futuro da Europa” para a qual não se avançam muito altas expectativas — quer por razões pandémicas, onde Ursula von der Leyen tem procurado ser voluntarista num remar contra a maré (vide os temas do “Next Generation EU” e das vacinas) sem todavia conseguir refrear o poderio da burocracia instalada (e alguma vez o poderia ter querido fazer?), quer por razões estratégicas, onde falta notoriamente visão (Charles Michel e Josep Borrell são desastrosos!) à exceção dos esforços do comissário francês Thierry Breton no sentido de ir metendo alguns paus na engrenagem de um mainstream subjugado à inércia de ideologias ortodoxas e não intervencionistas — assunto a que voltarei em breve.



(Luis Grañena, https://elpais.com)

 

(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)

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