Recorro ao título de um artigo do “El País” de hoje, assinado pelo excelente Andrea Rizzi e por Mariano Zafra, para aqui marcar a data do acontecimento trágico que hoje faz um ano de vida. Sendo que os balanços e os comentários sobre o tema abundam por toda a parte, não seremos nós a aqui acrescentar algo de especialmente inovador, razão pela qual me limito neste post a alguns números elucidativos e à condução analítica através da mera imagem indiciadora.
Indo aos números, atente-se na infografia acima e na sua clareza quanto à gigantesca diferença entre os dois países beligerantes, assim como quanto à respetiva compensação por via do muito significativo apoio de inúmeras potências ocidentais (40 países representando mais de 50% do PIB mundial, embora com os EUA a imperarem de modo visível), fazendo com que o equilíbrio de forças tenha vindo a conseguir ser quase milagrosamente obtido (note-se, por exemplo, que a ajuda militar à Ucrânia equivale a 94% da despesa russa em Defesa). A figura põe igualmente em destaque a desgraça humanitária em presença (mais de 8 milhões de refugiados ucranianos em mais de 40 países), além de chamar a atenção para o impacto da guerra nos mercados mundiais de matérias-primas e para o facto de a situação económica da potência agressora não deixar de também sofrer significativamente (a economia agredida terá, por sua vez, caído 35% em 2022).
Finalmente, as imagens abaixo procuram deixar algumas certezas e outras tantas interrogações quanto ao atual ponto de situação em presença e quanto à incerteza de um qualquer futuro perscrutável para solucionar a mesma. Entre outros possíveis apontamentos, sugerem-se aqui os do incontestável comando de Joe Biden (com a Europa a correr atrás, sobretudo do lado do Conselho e do seu inenarrável presidente), do adormecimento do povo russo ao som da flauta encantada de Putin (e esta será seguramente uma dimensão determinante para a evolução do conflito nos moldes mais desejáveis) e dos enigmáticos caminhos que serão adotados pelos chineses (outra por ora bastante pouco tranquilizante, mas quiçá uma dimensão-chave). Concluo com uma palavra de homenagem à bravura da resistência ucraniana e à inteligência estratégia da energia quotidianamente demonstrada por Zelensky.
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