Fazia algum tempo que não olhava para os dados do desemprego na Europa. Aí estão, então, os mais recentes, mostrando que é de mais de 13 milhões o número oficial de desempregados (para uma taxa média de 6,1%), quase um quarto dos quais registados em Espanha (um país que tem quase tantos desempregados como França e Alemanha juntas e uma taxa média mais do que dupla em relação à do conjunto dos parceiros). Dão que pensar estas dinâmicas macroeconómicas que, dentro de um quadro razoavelmente próximo, suscitam resultados tão diferenciados!
É também claro que o modelo de capitalismo europeu mais gerador de ineficiências em termos de empregabilidade se situa na Europa do Sul (Espanha, Grécia, Itália, França e Portugal, por esta ordem decrescente que também aponta para algumas especificidades nacionais a investigar no quadro daquele subconjunto de economias), com a Suécia a apresentar-se como a grande intrometida naquela referida regra geral. Em contrapartida, o modelo germânico de capitalismo revela-se bem mais eficiente, o que é bem visível nas baixas taxas registadas na Alemanha e em países “satélites” como a Holanda, a Polónia e a Chéquia, esta detendo o valor mais baixo de toda a União).
De registar, ainda, que a Espanha continua a ser flagelada por níveis de desemprego jovem avassaladores (29,6% é mesmo um volume enorme, o qual compara com 15% à escala média europeia e corresponde a 17% do desemprego jovem total europeu). Sendo que o conjunto europeu deste registo particular permanece “pornográfico” e altamente limitativo em termos de perspetivas de vida para os cidadãos com idade inferior a 25 anos, precisamente aqueles cujas perspetivas deveriam revelar toda uma natureza de normalidade que não aquela que o pragmático cartunista ironicamente aponta.
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