sábado, 6 de julho de 2024

DO MELHOR JOGADOR DO MUNDO!

Impressiona bastante ver o modo como a larga maioria dos adeptos portugueses continua a endeusar o CR7 que hoje se arrasta nos relvados. Porque, creiam ou não, eu estou convencido de que o jogo de ontem, perdido perante a França no penalti do arrogante João Félix após um 0-0 mantido até final do prolongamento, teria acabado favoravelmente a Portugal se tivéssemos jogado com onze (ou seja, tido na frente um avançado no lugar do desesperantemente impotente Cristiano). Mas bem melhor do que o explica um cronista do “The Guardian”, que arrasa completamente a vedeta tornada insuportável (vejam como o cronista descreve a sua reação egocêntrica ao falhanço do colega Félix) que é hoje o nosso “capitão”: “uma batalha galática perdida no buraco negro do ego de um homem”!
 
O jogo foi o melhor da seleção nacional neste “Europeu” e também o único em que Martínez cumpriu com o que lhe competia a partir do banco. Os dez restantes que inicialmente estiveram em campo, exceção feita a CR7 portanto, exibiram bons níveis exibicionais e até tornaram difícil a escolha dos mais eficazes – eu diria que Ruben Dias, Pepe, Nuno Mendes, Vitinha, Bernardo Silva e Rafael Leão, sem qualquer desprimor para Diogo Costa, Cancelo, João Palhinha e Bruno Fernandes, e ainda acrescentaria Francisco Conceição e Nelson Semedo de entre os suplentes utilizados. Sendo que o conjunto teve alguma supremacia sobre a França, dispôs de mais 60% de posse de bola e de mais oportunidades de golo do que o adversário. Uma nota adicional para a discreta e magnífica prestação do árbitro inglês Michael Oliver.
 
Os nossos craques devem estar a esta hora a chegar a Lisboa, onde serão certamente recebidos com euforia (!) e virão até talvez a ser obsequiados com uma condecoração presidencial (Marcelo não pode perder mais esta hipótese de visibilidade!). Do conjunto da sua atuação ficam poucas saudades e momentos para a história – retenho dois: o golo marcado no prolongamento por Francisco Conceição contra a Chéquia (uma oferta do defesa, diga-se!) e as três defesas de Diogo Costa nas grandes penalidades contra a Eslovénia, após CR7 ter permitido uma defesa de Oblak numa outra acontecida já em final do prolongamento. Pouco, muito pouco para a geração futebolística mais preparada de sempre... 


(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

(a partir de Omar Momani, https://twitter.com)

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