sábado, 27 de julho de 2024

TODOS COM KAMALA!

 

(Nicolas Vadot, http://www.levif.be) 

Ainda não tinha tido ocasião de aqui saudar a decisão de Joe Biden no sentido de se afastar da candidatura presidencial nos EUA e, por consequência, o avanço significativamente suportado por todo o campo Democrata de Kamala Harris por via de manifestações inequívocas de mobilização por parte das elites, dos militantes e dos financiadores. Resta-nos a esperança de a vice-presidente confirmar as primeiras impressões positivas que deixou após a “libertação” que lhe foi oferecida, designadamente no tocante à perturbação que criou na estratégia de Trump e na crença que fez recrudescer na massa de eleitores que rejeitam o ex-presidente – haja Deus!

O “Jornal de Notícias” de hoje, através de uma excelente peça assinada por Rafael Barbosa (“Não é preciso ter mais votos para conquistar a Casa Branca”, com chamada de primeira página sob o título “Trump e Kamala ‘reféns’ de sete estados”), explica de forma clara os principais dados do atual estado da questão (ver infografia acima): a luta parece centrar-se em sete swing states (Nevada, Arizona, Geórgia, Carolina do Norte, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin), onde a vitória de democratas ou republicanos ainda é indeterminada, e Kamala estará a melhorar nas respetivas sondagens mais recentes mas Trump ainda estará em vantagem no cômputo geral. Com efeito, e enquanto as prováveis vitórias de Trump em 24 estados lhe dariam 219 grandes eleitores e as de Kamala e, 19 estados mais o federal lhe dariam 224, os ditos sete estados correspondem a 93 grandes eleitores decisivos e tanto mais decisivos para o lado de Kamala quanto a respetiva pendência eleitoral ainda lhe atribuísse uma viragem quantitativamente favorável – uma vitória de Kamala nos três estados industriais do Norte (Pensilvânia, Michigan e Wisconsin), onde Biden conseguira há quatro anos uma vantagem mais desafogada e onde Kamala está mais próxima de Trump nas sondagens (embora ainda dois pontos atrás), seria bastante para que a democrata atingisse os 270 grandes eleitores no Colégio Eleitoral determinante. É aqui que reside a esperança de todos aqueles que ainda querem acreditar na derrota do perigoso populista que ameaça o mundo como há muito não se via.

(Agustin Sciammarella, http://elpais.com e Eulogia Merle, https://elpais.com)

Sem comentários:

Enviar um comentário