segunda-feira, 29 de julho de 2024

MADURO SEM VERGONHA!

(Agustin Sciammarella, http://elpais.com) 

A confiança nunca é boa conselheira no que toca à crença na boa-fé dos ditadores! Uma verdade que é praticamente universal e que ganha em confirmação à medida que o apego ao poder se vai tornando maníaco por desesperantes razões de sobrevivência política, pior ainda quando se lhes junta a agravante de uma grosseira insensibilidade obscurantista. Como acontece na Venezuela de Nicolás Maduro, onde ontem se realizaram eleições que os mais ingénuos encaravam como prometedoras de uma viragem democrática há muito reclamada e cada vez mais consensual. Afinal, a norma prevaleceu e o regime encontrou forma de proclamar uma vitória pouco expressiva mas suficiente para salvaguardar a sua manutenção imediata. A esperança que parecia renascer dá agora lugar a uma revolta que, mais cedo do que tarde, desembocará em mudança – com um mínimo de tumultos, espera-se, a bem da tragédia humanitária que assola o tão sacrificado povo venezuelano. Porque estão bem à vista os tristes despojos do “chavismo” que se apoderou do país desde há um longo quarto de século, deixando ressaltar quanto o populismo não recusa os piores males mesmo que seja praticado em nome de líderes, quase sempre caricaturais, incultos e impreparados, que enchem a boca com autoproclamações de doutrinas de esquerda consagradas e/ou bem-intencionadas. O caixote do lixo da História é o destino desta gente que, no entanto, resistirá enquanto durarem as suas forças – as quais, no caso vertente, têm vingado mas parecem já próximas do limite... 

(Gallego & Rey, http://www.elmundo.es) 

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