terça-feira, 9 de julho de 2024

JOANA MARQUES VIDAL

A suspeita de que não havia muito a esperar já me chegara por parte de quem, mais próximo, sabia do seu estado de coma no Hospital de S. João. Mas o desenlace nunca evita o abanão que se sente quando desaparece um ser com quem privamos.
 
Devo confessar que nunca conheci Joana Marques Vidal (JMV) na sua qualidade de Procuradora-Geral da República e que até tinha sobre ela uma vaga impressão menos positiva decorrente de alegadas ligações de seu pai a Paulo Portas e do modo não dissociado como teria chegado àquela função. Depois, houve a decisão da sua não continuidade no cargo por jogada combinada entre Marcelo e Costa, ponto que a tornou aos meus olhos mais intrigante e até renovadamente respeitada.
 
Mas foi só na minha qualidade de Presidente do Conselho Geral da Universidade do Porto, sendo ela a minha homónima na Universidade do Minho, que pude finalmente conhecê-la em termos pessoais e executivos no quadro das reuniões entre presidentes daquele órgão que se realizam com alguma regularidade. E foi aí que JMV se me revelou uma pessoa amável, interessante e conversadora, uma jurista competente e arguta e uma par de grande disponibilidade e vontade de colaboração e de enorme inteligência, ponderação e sensibilidade política.
 
A morte aos 68 anos de JMV, conhecida esta tarde, é uma perda que lamento e me bate fundo. Sendo que o seria também para o País se o dito estivesse voltado para os valores que mais importam e não perdido no ensurdecedor ruído da mediatização primária.

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