domingo, 21 de julho de 2024

UMA OLHADELA PARA OS RANKINGS

(a partir de https://www.publico.pt) 

Não venho hoje aqui dissertar sobre uma matéria de que não sou especialista e que é suficientemente complexa e polémica para justificar certezas. Refiro-me aos já célebres rankings de escolas que em cada ano suscitam discussões exaltadas sobre a sua razão de ser. No que me toca, aprecio conhecer a informação e poder dela extrair alguns elementos capazes de me ajudarem a melhor interpretar alguns aspetos do mundo imenso da nossa educação.
 
Faço um exercício simplista a partir da listagem das primeiras 100 escolas em função das médias de exames em 2023. E concluo duas coisas bem claras: a predominância da qualidade relativa das escolas privadas (56 em 100 mas 44 nas primeiras 50 e nenhuma pública nas primeiras 26); o mais significativo peso da Região Norte nesse total (exatamente 50 em 100), cabendo à Área Metropolitana do Porto a respetiva parte de leão (31 escolas) e estando 10 escolas localizadas no concelho do Porto. Completo as conclusões precedentes com os títulos do “Expresso” sobre o tema, sobretudo para pôr em evidência a materialização de exceções vindas de zonas de interioridade (com a E. S. Vouzela a destacar-se) – certamente muito em linha com estabilidades em presença, especialmente de corpo docente – e um possível contrabalanço socialmente menos positivo quanto ao modo como os colégios privados se organizam com todas as armas para o objetivo de acesso ao ensino superior (52% das notas a Educação Física são superiores a 19 valores).
 
O assunto é muito sério, desde logo por respeitar à confirmação ou frustração das expectativas dos jovens pré-universitários mas também por se repercutir nas condições de formação de sociedades futuras mais realizadas e mais capazes, sem ainda excluir as questões de justiça social e territorial que ressaltam. Tudo conduzindo a que se apele no sentido de que a responsabilidade possa finalmente vir ao de cima, não adiando por mais tempo o desgoverno em que vivemos há décadas. À atenção de Fernando Alexandre que parece ter chegado com energia e vontade de o fazer! 

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