A notícia da morte do Tó Babo chegou-me esta manhã, fulminante e gelada. Um amigo de caminhada desde há longos anos, com quem fiz a passagem de 2023 para 2024 em casa da sua irmã Elisa e do Rui Azevedo. Um cidadão inteiro e de mão cheia, porque civicamente atento e participativo e pessoalmente generoso e desinteressado, além de um homem envolvido na família que pujantemente construiu com a Graça Nieto. Um profissional de inexcedível competência, ele que era Engenheiro Civil (Planeamento do Território) pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1977) e desenvolveu atividade múltipla de consultor, planeador e projetista nas áreas do planeamento de transportes, mobilidade, planeamento do território e urbanismo – tendo estado em quase tudo o que mexia na Região do Norte nestes domínios (de entre as suas colaborações com a CCDR-N, constam: a Caracterização do Vale do Douro Superior (1979), a OID do Vale do Ave – infraestruturas de transportes (1988), o “Estudo da Aplicação da Taxa Municipal de Infraestruturas na RN” (1996), a elaboração dos Diagnóstico Prospetivo “Norte 2015” (2005), o PROT -N (2007-09), o programa “Norte 2020 – Iniciativa Competitividade e Convergência” (2010) e o papel de Perito para a Agenda Regional da Mobilidade (2008-11); de entre os seus trabalhos mais recentes, constam: a elaboração de programas, conceitos e desenho de transportes para a Remodelação do Toural em Guimarães, o Terminal de Cruzeiros de Leixões, o Projeto Urbano de Santo Tirso, o Plano Geral do Quarteirão do Hospital de S. João no Porto, a Remodelação da Marginal do Douro no Porto, o Plano de Pormenor das Antas e a Estação Rodoviária de Bragança, além do Plano de Urbanização do Vale de Alcântara em Lisboa, do Master-Plan do European Advanced Industrial Park para Tianjin China e do PU do Vale da Amoreira em Faro; o conceito de circulação e plano rodoviário para o município da Trofa; projetos de acessibilidades e parques de estacionamento do Corte Inglês em Gaia e Norte Shopping em Matosinhos; o Programa de Mobilidade para a Porto 2001) –, ao que juntava uma docência na Secção de Planeamento do Território e Ambiente da FEUP desde 1989, onde era Professor Auxiliar Convidado.
Inconsolável com o desenlace de um processo completamente inesperado, só posso aqui deixar o meu mais sincero pesar pelo desaparecimento prematuro e injusto de alguém que deixou rastos muito marcantes da sua passagem.
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