terça-feira, 10 de dezembro de 2024

É DESTA, MENINO PEDRINHO?

A questão das eleições presidenciais de janeiro de 2026 ocupa cada vez mais cabeças internas à bolha mediática, umas preocupadas com o seu próprio destino e outras por puro gozo especulativo e para encher noticiários e assim alimentar o negócio televisivo e jornalístico. Há, todavia, um personagem especial, Pedro Santana Lopes de seu nome, que decidiu agora mostrar à saciedade quanto a questão não lhe sai obsessivamente da cabeça, em parte porque pressente que está em fim de festa e, portanto, que o “agora ou nunca” se lhe impõe mais do que em outros momentos – oferece-se de cada vez que fala, promete que avançará se as sondagens lhe derem algum sinal positivo mas estas não parecem com vontade de o favorecer e optou há dias por mudar de estratégia: participar como convidado nas Jornadas Parlamentares do “Chega”, um partido que é o terceiro maior do País e poderá talvez ser uma boa rampa de lançamento para uma candidatura que considerará promissora; e ei-lo, deste modo, a declarar-se amigo de longa data de André Ventura, a duvidar do extremismo de direita do “Chega”, a defender o seu ato em nome da democracia e a aceitar ali ir pronunciar-se sobre corrupção (um tema de que se lhe desconhece especialização bastante – mas será que tem alguma? –, embora talvez possa estar em condições de fornecer algumas pistas sobre as indiciações de que tem sido alvo o seu irmão Paulo). Fica o registo deste misto de falta de escrúpulos e senilidade por parte de um cromo da política portuguesa que nunca foi particularmente coerente mas que agora já quase ninguém leva a sério que não seja para lhe dar corda e dele ouvir umas boutades desconchavadas para animar o pagode. 

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