O israelita Yuval Noah Harari é um dos grandes intelectuais e pensadores do tempo presente. Acabei por estes dias a leitura da sua mais recente obra, “Nexus – uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial”, e voltei a nela confirmar a espessura de que é feito e o seu grau de conhecimento e erudição. O livro em causa é importante e vale bem a pena, isso é matéria inquestionável; não obstante, o tratamento do tema talvez fique um tanto aquém das expectativas criadas, designadamente porque a obra-prima de Harari – “Sapiens – Breve História da Humanidade” – as colocara a um nível praticamente inigualável, por um lado, e porque a matéria nuclear é aqui mais difusa, hermética e toldada pela incerteza. Importará sobretudo relevar como contributo determinante de Harari a sua lúcida e pertinente chamada de atenção para os riscos associados à Inteligência Artificial, “a primeira tecnologia na história que pode tomar decisões e criar novas ideias por si” – para uma perceção algo vulgarizada da tese do autor, e que não dispensa uma leitura mais cuidada da integralidade dos argumentos, vejam-se a recente publicação de uma entrevista sua na “Visão” ou uma outra concedida à revista do FMI e comentada no respetivo blogue (“Café Economics”). Em suma: os contributos de Harari são centrais para nos ajudarem a enquadrar a atual mudança em movimento acelerado e a dar algum esboço de sentido à nossa profunda incapacidade para compreender os seus potenciais desenlaces.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
HARARI E AS REDES DE INFORMAÇÃO
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