sexta-feira, 7 de outubro de 2016

BRUCE




(A autobiografia de Bruce Springsteen é daquelas preciosidades que se devoram pelo prazer de fruição da vida, como o fim de tarde de hoje na praça de Caminha)

O Ípsilon de hoje tinha dado o mote, chamando a atenção para a edição em português da autobiografia de Bruce Springsteen, com a marca da ELSINORE, que se arrisca a ser uma editora de culto, pela arte e carinho pela construção de um livro que a edição irradia. A reportagem do suplemento do Público é ampla, profunda e extremamente apelativa. A Tabacaria Gomes estava também atenta ao acontecimento e hoje, em fim de tarde outonal de ar leve e ambiência que baste, comprei o livro para nele mergulhar alguns capítulos na atmosfera irrepetível da praça.

Pela aragem dos seis primeiros capítulos, dá vontade de ouvir de novo toda a obra de Springsteen, numa espécie de regresso ao passado das nossas próprias vivências, ao vivo, em disco ou em alguns DVD. É uma certa América que desfila pelo Born to Run e cada vez se me enraíza a ideia de que Bruce Springsteen dá voz como ninguém a essa América dilacerada da classe média, a qual, esperemos, possa ver em Hillary a melhor das soluções entre as que se perfilam nas eleições de novembro. Mas não é seguro que parte dela não sucumba ao primarismo de Trump.

De qualquer modo, a autobiografia traz-nos o contexto indispensável para compreender a autenticidade de música que cresceu comigo.

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