(A autobiografia
de Bruce Springsteen é daquelas preciosidades que se devoram pelo prazer de
fruição da vida, como o fim
de tarde de hoje na praça de Caminha)
O Ípsilon de hoje tinha
dado o mote, chamando a atenção para a edição em português da autobiografia de
Bruce Springsteen, com a marca da ELSINORE, que se arrisca a ser uma editora de
culto, pela arte e carinho pela construção de um livro que a edição irradia. A
reportagem do suplemento do Público é ampla, profunda e extremamente apelativa.
A Tabacaria Gomes estava também atenta ao acontecimento e hoje, em fim de tarde
outonal de ar leve e ambiência que baste, comprei o livro para nele mergulhar alguns
capítulos na atmosfera irrepetível da praça.
Pela aragem dos seis
primeiros capítulos, dá vontade de ouvir de novo toda a obra de Springsteen, numa
espécie de regresso ao passado das nossas próprias vivências, ao vivo, em disco
ou em alguns DVD. É uma certa América que desfila pelo Born to Run e cada vez
se me enraíza a ideia de que Bruce Springsteen dá voz como ninguém a essa América
dilacerada da classe média, a qual, esperemos, possa ver em Hillary a melhor
das soluções entre as que se perfilam nas eleições de novembro. Mas não é
seguro que parte dela não sucumba ao primarismo de Trump.
De qualquer modo, a autobiografia
traz-nos o contexto indispensável para compreender a autenticidade de música que
cresceu comigo.
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