sábado, 1 de outubro de 2016

COSTA E MOREIRA



De vez em quando, cada vez mais e mais de vez em quando, acontecem coisas boas em Portugal. Coisas daquelas que sinalizam elementos do que pode e deve ser um país no século XXI, nestes tempos dominados por uma globalização desregulada e pela pujança dos poderes concentracionários que ela também transporta consigo.

Refiro-me, talvez com o possível exagero de quem tem uma perfeita noção do circunstancial em tal contexto, às 85 obras de Miró ontem anunciadas como devendo passar a ter residência definitiva em Serralves, numa Casa a ser readaptada por Siza. Os portuenses que não apoiaram eleitoralmente Rui Moreira terão assim adquirido uma consciência plena de que ele sabe ajudar a fazer a diferença que outros não souberam e não teriam sabido. Os portugueses que não apoiaram eleitoralmente António Costa terão assim adquirido uma consciência plena de que ele é, hoje por hoje, o político mais competente e capacitado para os liderar – sem complexos, com firmeza e foco, sem cedências ao bacoquismo centralista, com autoridade.

Mal, muito mal, pior que péssimo, abaixo de cão nas imagens ontem deixadas para devido registo só as reações provincianas que se foram fazendo sentir/exprimir a partir – pasme-se! – da capital honoris causa de um império quotidianamente imaginado do alto da imensa decadência de pensamentos, palavras, atos e omissões de algumas tristes figuras que a pouco escrupulosa complacência da maioria permite que medrem danosamente na nossa sociedade e vida coletiva...

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