(O modo como o
Reino Unido e os EUA medem a sua posição em relação ao outro bloco em matéria
de serviços parece não bater a bota com a perdigota, o que talvez nos demonstre que estamos ainda
na idade da pedra em matéria de medida dos serviços e da sua imaterialidade)
O imaginativo
Brad Setser (link aqui) explorou a maneira como as fontes estatísticas do Reino Unido e dos
EUA reportam o saldo recíproco em matéria de serviços. Esta questão tem estado
na berlinda, na sequência do Brexit e de diversas quantificações que têm sido
concretizadas para medir o impacto da alucinada decisão dos britânicos.
De acordo
com as fontes estatísticas consultadas, que Setser cita (link aqui) e que podem ser consultadas,
o Reino Unido reporta um excedente de serviços em relação aos EUA de cerca de 40.000
milhões de dólares. Mas, pelo contrário, os EUA reportam pelo contrário um excedente
a seu favor de 14.000 milhões de dólares. Ambos os dados respeitam ao ano de
2015.
As diferenças
registadas não são propriamente amendoins, emergindo em contraponto situações
de excedente e de défice entre as duas economias. O que quer dizer que alguém
está enganado. Como se costuma dizer aqui há gato. Em meu entender, o que esta
curiosidade nos mostra é que a quantificação do PIB no que diz respeito aos
serviços se não está na idade da pedra, assenta pelo menos em fragilidades que
não se compreendem. Os economistas e a medida do PIB continuam a dar-se mal com
a diferença entre o físico e o imaterial, acrescendo a esta dificuldade o facto
do comércio de serviços a nível internacional não ter a mesma possibilidade de
registo das exportações e importações de mercadorias, viabilizada pelos
mecanismos alfandegários.
Com estas
limitações, rio-me por vezes quando tropeço em discussões estéreis de diferenças
de décimas na taxa de crescimento económico (do PIB claro está), tanto mais ridículas
quanto mais atenção for dada à não consolidada maneira de medir os serviços,
sobretudo os transacionáveis. É verdade que em tempo de penúria de crescimento toda
a décima é preciosa, mas conviria não perder de vista o problema da medida.
Sem comentários:
Enviar um comentário