quarta-feira, 26 de outubro de 2016

SIM, “ELES” POUPAM E INVESTEM E NÓS …




(À boleia de um artigo de um puto reguila do Council of Foreign Relations USA, confirmo a inércia do forte desequilíbrio existente entre as taxas de poupança e de investimento que se praticam pelo mundo asiático e as que se conseguem no mundo ocidental, desequilíbrio do qual aparentemente os EUA têm beneficiado em primeira linha)

Um post curto e sucinto para dar conta da confirmação de uma tendência com a qual já há longos anos impressionava os meus alunos de Desenvolvimento e Crescimento Económico. A matéria era o nível elevado dos esforços de poupança e de investimento das economias asiáticas, medidos em percentagem do PIB, não apenas da então emergente China, mas como um padrão estrutural diferenciador de todo o desenvolvimento económico asiático.

O artigo deum puto reguila que escreve no Council of Foreign Relations USA, Brad Setser, confirma a inércia desse padrão estrutural, já com a China a não poder ser já classificada como economia emergente propriamente dita. Os números comparativos com a Europa e Estados Unidos da América são impressionantes.

O gráfico que abre este post é revelador do esforço de poupança e de investimento. Sistematicamente, mais de um terço do produto é alocado a poupança e investimento, sendo notável o alinhamento entre as duas curvas, a da poupança e a do investimento.

O gráfico abaixo mostra a dimensão internacional da comparação Ásia versus Europa do Euro e EUA em termos de esforço de poupança. Bem pode Trump exorcizar a ameaça asiática, mas o chamado “savings glut” que alguns indicam como o grande responsável das baixas taxas de juro tem essencialmente uma origem, asiática e não apenas chinesa. Não sei se foram estes números que levaram António Costa à China em plena negociação do Orçamento 2017. Mas com este esforço de poupança e de investimento, seria altura de não seguir o modelo privatizações, e conseguir do investimento asiático algo mais do que a compra de ativos já existentes, mas antes esforço de investimento ex-novo para potencial algum crescimento transacionável em Portugal. Pelo menos para colocar em alerta o investimento europeu que certamente não gostará de ter em Portugal uma espécie de feitoria chinesa, ainda que modernizada, como diria e bem melhor do que eu o José Manuel Félix Ribeiro.


Mas os dados das disponibilidades de poupança e de capital são impressionantes. Enquanto os asiáticos continuarem a disponibilizar as suas poupanças …

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