(À boleia de um
artigo de um puto reguila do Council of Foreign Relations USA, confirmo a inércia do forte desequilíbrio
existente entre as taxas de poupança e de investimento que se praticam pelo
mundo asiático e as que se conseguem no mundo ocidental, desequilíbrio do qual
aparentemente os EUA têm beneficiado em primeira linha)
Um post curto e sucinto para dar conta da
confirmação de uma tendência com a qual já há longos anos impressionava os meus
alunos de Desenvolvimento e Crescimento Económico. A matéria era o nível
elevado dos esforços de poupança e de investimento das economias asiáticas, medidos
em percentagem do PIB, não apenas da então emergente China, mas como um padrão
estrutural diferenciador de todo o desenvolvimento económico asiático.
O artigo deum puto reguila que escreve no Council of
Foreign Relations USA, Brad Setser, confirma a inércia desse padrão
estrutural, já com a China a não poder ser já classificada como economia emergente
propriamente dita. Os números comparativos com a Europa e Estados Unidos da América
são impressionantes.
O gráfico
que abre este post é revelador do
esforço de poupança e de investimento. Sistematicamente, mais de um terço do
produto é alocado a poupança e investimento, sendo notável o alinhamento entre
as duas curvas, a da poupança e a do investimento.
O gráfico
abaixo mostra a dimensão internacional da comparação Ásia versus Europa do Euro
e EUA em termos de esforço de poupança. Bem pode Trump exorcizar a ameaça asiática,
mas o chamado “savings glut” que alguns
indicam como o grande responsável das baixas taxas de juro tem essencialmente
uma origem, asiática e não apenas chinesa. Não sei se foram estes números que
levaram António Costa à China em plena negociação do Orçamento 2017. Mas com este
esforço de poupança e de investimento, seria altura de não seguir o modelo
privatizações, e conseguir do investimento asiático algo mais do que a compra
de ativos já existentes, mas antes esforço de investimento ex-novo para potencial algum crescimento transacionável em
Portugal. Pelo menos para colocar em alerta o investimento europeu que
certamente não gostará de ter em Portugal uma espécie de feitoria chinesa,
ainda que modernizada, como diria e bem melhor do que eu o José Manuel Félix
Ribeiro.
Mas os dados
das disponibilidades de poupança e de capital são impressionantes. Enquanto os
asiáticos continuarem a disponibilizar as suas poupanças …
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