(Publico on line)
(Mais do que a
sensação de regozijo por António Guterres se ter imposto aos mais sinistros jogos
de sombras protagonizadas pelos Davides ocultos do PPE, é sobretudo a perceção do reconhecimento de
que uma geração progressista e de grande sensibilidade social tem qualidades para
impulsionar uma organização de que o mundo tanto precisa)
Estou à vontade neste
pronunciamento. Não pertenço à geração (convivial e não etária, entenda-se) de António Guterres. Não tive também a
sua militância de base, de grande contacto com o que de melhor existe no progressismo
católico. Mas, para mim, a confirmação, provavelmente por aclamação do Conselho
de Segurança da ONU, de que Guterres será o futuro Secretário-Geral das Nações
Unidas com uma carga de trabalhos que não desejaria ao maior dos inimigos,
equivale ao reconhecimento dos valiosos contributos da sua geração para a democracia
em Portugal, para o bem comum e esperemos agora para um mundo mais habitável. A
espontânea e sincera comoção de Marcelo está no mesmo registo, pois partilha,
embora não necessariamente no mesmo campo político e com as mesmas vizinhanças,
esse mesmo contributo.
Só espero que esta geração
tenha ainda uma palavra a dizer no País que viu a sua militância ser estruturada
e praticada. E dos David que se ocultam nos jogos das sombras não rezará
seguramente a história.
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